Tontura Constante: O Que Pode Ser? Desvendando Causas, Sintomas e Quando Procurar Ajuda Médica

Tempo estimado de leitura: 7 minutos

Principais Conclusões

• A tontura constante pode manifestar-se como vertigem (sensação de giro), pré-síncope (quase desmaio) ou desequilíbrio.
• Causas comuns incluem problemas no ouvido interno (VPPB, labirintite, Doença de Menière), questões circulatórias (hipotensão ortostática), causas neurológicas e fatores psicológicos (ansiedade).
• Tontura e enjoo frequentemente ocorrem juntos, especialmente em condições vestibulares.
• Tontura ao levantar rápido geralmente indica hipotensão ortostática.
• Sintomas de alerta como dor no peito, dificuldade para falar, fraqueza súbita ou dor de cabeça intensa exigem atenção médica imediata.
• O diagnóstico envolve histórico médico, exame físico e, possivelmente, exames específicos. O tratamento varia conforme a causa.

Índice

• Tontura Constante: O Que Pode Ser?
• Introdução: Navegando no Mundo da Tontura
• Tontura Constante: Explorando as Causas Comuns
  • Problemas do Ouvido Interno (Causas Vestibulares)
  • Causas Circulatórias
  • Causas Neurológicas
  • Fatores Psicológicos
  • Outras Causas
• Tontura e Enjoo Juntos: Uma Dupla Comum
• Tontura ao Levantar Rápido: Hipotensão Ortostática
• Quando se Preocupar com Tontura: Sinais de Alerta
• Diagnóstico e Tratamento da Tontura Constante
• Perguntas Frequentes (FAQs)

Introdução: Navegando no Mundo da Tontura

A tontura constante é uma queixa comum que afeta milhões de pessoas no mundo todo, podendo impactar significativamente a qualidade de vida. Se você experimenta episódios frequentes de tontura ou uma sensação persistente de desequilíbrio, entender o que pode estar causando esse sintoma é o primeiro passo para encontrar alívio.

A tontura é um termo abrangente que pode descrever diferentes sensações desconfortáveis. Algumas pessoas experimentam uma sensação de que tudo está girando (vertigem), outras sentem como se estivessem prestes a desmaiar (pré-síncope), e há ainda aqueles que descrevem uma sensação constante de instabilidade ou desequilíbrio ao caminhar.

É importante diferenciar a vertigem, que é um dos tipos de tontura mais específicos, caracterizada pela sensação de rotação do ambiente ou de si mesmo. As causas da vertigem frequentemente estão relacionadas a problemas no ouvido interno, o nosso centro de equilíbrio.

Neste artigo, vamos explorar em detalhes as possíveis causas da tontura constante, os diferentes tipos de tontura, sintomas associados como enjoo, e orientar sobre quando se preocupar com tontura e buscar ajuda médica.

Tontura Constante: O Que Pode Ser? Explorando as Causas Comuns

Quando falamos em “tontura constante”, geralmente nos referimos a episódios frequentes ou recorrentes, ou uma sensação persistente de instabilidade. Raramente a tontura é literalmente constante 24 horas por dia, 7 dias por semana.

Problemas do Ouvido Interno (Causas Vestibulares)

O ouvido interno é fundamental para nosso equilíbrio, e diversos problemas nessa região podem causar tontura:

VPPB (Vertigem Posicional Paroxística Benigna)

Uma das causas de vertigem mais comuns, ocorre quando pequenos cristais de carbonato de cálcio se deslocam nos canais do ouvido interno. Os episódios são breves (segundos a minutos) e intensos, geralmente desencadeados por movimentos específicos da cabeça.

Labirintite e Neuronite Vestibular

São inflamações que afetam o labirinto ou o nervo vestibular, geralmente de origem viral. Os sintomas da labirintite incluem vertigem intensa e contínua, tontura e enjoo juntos, podendo durar dias. Na labirintite, pode haver também perda auditiva e zumbido.

Doença de Menière

Condição crônica caracterizada pelo acúmulo de fluido no ouvido interno. Causa episódios de vertigem que podem durar horas, acompanhados de perda auditiva flutuante, zumbido e sensação de pressão no ouvido.

Causas Circulatórias

Problemas na circulação sanguínea podem afetar o fluxo de sangue para o cérebro ou ouvido interno:

Hipotensão Ortostática

A tontura ao levantar rápido é um problema comum causado pela queda súbita da pressão arterial. Pode ser causada por desidratação, medicamentos ou condições médicas subjacentes.

Problemas Cardíacos

Arritmias (batimentos cardíacos irregulares), insuficiência cardíaca ou outras condições que afetam a capacidade do coração de bombear sangue eficientemente podem levar à tontura.

Problemas Vasculares

O estreitamento das artérias (aterosclerose) que irrigam o cérebro ou o ouvido interno pode reduzir o fluxo sanguíneo e causar tontura.

Causas Neurológicas

O sistema nervoso central desempenha um papel crucial no equilíbrio:

Enxaqueca Vestibular

Pessoas com enxaqueca podem experimentar episódios de vertigem ou tontura, mesmo sem dor de cabeça. A tontura pode durar minutos a dias.

Acidente Vascular Cerebral (AVC) ou Ataque Isquêmico Transitório (AIT)

Embora menos comum, tontura súbita e intensa, especialmente acompanhada de outros sintomas neurológicos (fraqueza, dificuldade para falar, visão dupla), pode ser um sinal de AVC ou AIT, exigindo atenção médica urgente.

Esclerose Múltipla e Outras Doenças Neurológicas

Condições que afetam os nervos ou o cérebro podem causar problemas de equilíbrio e tontura.

Fatores Psicológicos

A mente e o corpo estão interligados:

Ansiedade e Transtorno do Pânico

A ansiedade pode causar uma variedade de sintomas físicos, incluindo tontura, sensação de cabeça leve ou instabilidade. Ataques de pânico podem provocar tontura intensa e súbita.

Tontura Postural Perceptual Persistente (TPPP)

Uma condição complexa caracterizada por uma sensação crônica (meses) de instabilidade ou tontura não vertiginosa, frequentemente pior em pé ou em movimento, e em ambientes visualmente complexos. Muitas vezes é desencadeada por um evento vestibular, médico ou psicológico anterior.

Outras Causas

• Medicamentos: Vários medicamentos podem ter tontura como efeito colateral.
• Anemia: A falta de glóbulos vermelhos pode reduzir o oxigênio no cérebro, causando tontura.
• Hipoglicemia: Baixo nível de açúcar no sangue.
• Problemas de Visão: Dificuldade em focar ou visão dupla pode contribuir para o desequilíbrio.
• Desidratação e Superaquecimento: Podem levar à tontura e pré-síncope.

Tontura e Enjoo Juntos: Uma Dupla Comum

A sensação de enjoo (náusea) é um sintoma frequentemente associado à tontura, especialmente à vertigem. Isso ocorre porque os sistemas responsáveis pelo equilíbrio (ouvido interno, visão, propriocepção) e o centro do vômito no cérebro estão interconectados.

Quando o cérebro recebe sinais conflitantes sobre a posição do corpo no espaço, como acontece na VPPB ou labirintite, ele pode ativar a resposta de náusea. Condições como enxaqueca vestibular e Doença de Menière também comumente apresentam tontura e enjoo juntos.

Tontura ao Levantar Rápido: A Hipotensão Ortostática em Detalhe

Sentir tontura, visão turva ou uma sensação de “cabeça vazia” imediatamente após levantar-se de uma posição sentada ou deitada é a marca registrada da hipotensão ortostática (ou postural).

Isso acontece porque, ao mudar de posição rapidamente, a gravidade puxa o sangue para as pernas, e o corpo pode não conseguir ajustar a pressão arterial rápido o suficiente para manter um fluxo sanguíneo adequado ao cérebro. Fatores que contribuem incluem:

• Desidratação
• Certos medicamentos (anti-hipertensivos, antidepressivos)
• Idade avançada
• Doenças neurológicas (como Parkinson)
• Problemas cardíacos

Geralmente, a tontura dura apenas alguns segundos ou minutos. Levantar-se devagar, manter-se hidratado e revisar medicações com o médico pode ajudar.

Quando se Preocupar com Tontura: Sinais de Alerta

Embora muitas causas de tontura sejam benignas, alguns sintomas associados podem indicar uma condição médica grave e exigem avaliação médica imediata:

• Tontura súbita e intensa, especialmente se for a primeira vez.
• Dor de cabeça súbita e severa (“pior dor de cabeça da vida”).
• Visão dupla ou perda de visão.
• Dificuldade para falar ou engolir.
• Fraqueza ou dormência súbita em um lado do corpo (rosto, braço ou perna).
• Perda de audição súbita.
• Dor no peito ou falta de ar.
• Desmaio (síncope).
• Febre alta ou rigidez no pescoço.
• Convulsões.

Mesmo sem sinais de alerta, se a tontura for recorrente, persistente ou impactar suas atividades diárias, consulte um médico para diagnóstico e tratamento adequados.

Diagnóstico e Tratamento da Tontura Constante

Diagnosticar a causa da tontura começa com uma conversa detalhada com seu médico sobre seus sintomas:

• Como é a tontura? (Gira, flutua, quase desmaio?)
• Quando começou e com que frequência ocorre?
• Quanto tempo duram os episódios?
• O que desencadeia ou piora a tontura? (Movimentos da cabeça, levantar-se, estresse?)
• Quais outros sintomas você tem? (Náusea, vômito, perda auditiva, zumbido, dor de cabeça, etc.)
• Quais medicamentos você toma?
• Você tem outras condições médicas?

O médico realizará um exame físico, que pode incluir testes neurológicos, avaliação da audição e equilíbrio, e medição da pressão arterial sentado e em pé.

Dependendo da suspeita, exames adicionais podem ser solicitados, como:

• Exames de sangue (para verificar anemia, infecção, níveis de açúcar).
• Testes auditivos e vestibulares (como a Vectoeletronistagmografia – VENG).
• Exames de imagem (Ressonância Magnética ou Tomografia Computadorizada do cérebro).
• Eletrocardiograma (ECG) ou Holter (monitoramento cardíaco).

O tratamento depende inteiramente da causa identificada:

• VPPB: Manobras de reposicionamento de canalitos (como a Manobra de Epley).
• Labirintite/Neuronite: Medicamentos para aliviar a vertigem e náusea (anti-vertiginosos, antieméticos), repouso e, às vezes, antivirais ou corticoides. Reabilitação vestibular pode ser necessária.
• Doença de Menière: Dieta com baixo teor de sódio, diuréticos, medicamentos para controle dos sintomas. Em casos graves, injeções no ouvido ou cirurgia podem ser considerados.
• Hipotensão Ortostática: Aumentar a ingestão de líquidos e sal (com orientação médica), usar meias de compressão, levantar-se devagar, ajustar medicamentos.
• Enxaqueca Vestibular: Medicamentos preventivos e para crises de enxaqueca, mudanças no estilo de vida.
• Ansiedade: Terapia (como TCC), medicamentos ansiolíticos, técnicas de relaxamento.
• Reabilitação Vestibular: Exercícios específicos para ajudar o cérebro a compensar problemas de equilíbrio.

Perguntas Frequentes (FAQs)